MOSCOU (Reuters) - A Rússia iniciará conversas com negociadores dos Estados Unidos sobre garantias de segurança que quer do Ocidente no início do próximo ano, disse o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, nesta quarta-feira em meio a preocupações com um acúmulo de soldados russos perto da fronteira com a Ucrânia.
Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de estar cogitando um novo ataque à Ucrânia já no começo do mês que vem. Moscou nega, apesar de posicionar dezenas de milhares de soldados em postos de passagem mais próximos do território ucraniano.
Na terça-feira, o presidente Vladimir Putin disse que a Rússia não tem espaço para recuar no impasse com os EUA sobre o que o governo russo vê como a ajuda militar norte-americana inaceitável à Ucrânia e que será forçada a adotar uma reação dura, a menos que o Ocidente descarte sua "linha agressiva".
Ele disse que seu país quer garantias de segurança obrigatórias de que certas armas ofensivas não serão enviadas a países que fazem divisa com a Rússia e que a aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) interrompa sua expansão rumo ao leste.
A Rússia apresentou aos EUA uma lista detalhada de garantias de segurança que quer do Ocidente.
"Está combinado que, logo no início do próximo ano, um contato bilateral entre negociadores americanos e os nossos se tornará a primeira rodada (de conversas)", disse Lavrov.
(Por Maria Kiselyova; reportagem adicional de Idrees Ali em Washington)