WASHINGTON (Reuters) - A Rússia precisa concordar com a criação de uma zona desmilitarizada em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia, na região sudeste da Ucrânia, e permitir que autoridades internacionais avaliem a segurança do local, disse a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, nesta quinta-feira.
A usina, a maior da Europa, foi tomada pela Rússia em março e continua próxima da linha de frente da guerra. Ela foi alvo de repetidos ataques nas últimas semanas, aumentando os temores de um desastre nuclear, enquanto Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre a autoria dos bombardeios.
"A Rússia deveria concordar com a zona desmilitarizada em torno da usina e concordar em permitir uma visita da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) o mais rápido possível, para verificar a segurança do sistema", disse Jean-Pierre.
Ela disse que o assunto sobre a usina foi discutido em uma ligação nesta quinta-feira entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy.
Autoridades ucranianas e russas disseram que a AIEA, a agência nuclear da ONU, pode visitar a usina em breve.
Na ligação entre Biden e Zelenskiy, programada para marcar o dia da independência da Ucrânia em 24 de agosto, Biden reforçou o apoio dos EUA à Ucrânia, que foi invadida pela Rússia há seis meses, no que a Ucrânia e o Ocidente descrevem como uma guerra de agressão não provocada. Moscou diz que está realizando uma "operação militar especial" para "desmilitarizar" e "desnazificar" o país vizinho.
"Sei que é um aniversário agridoce, mas deixei claro que os Estados Unidos vão continuar apoiando a Ucrânia e seu povo enquanto eles lutam para defender sua soberania", disse Biden no Twitter.
(Reportagem de Steve Holland e Alexandra Alper)