MOSCOU (Reuters) - O Ministério das Relações Exteriores da Rússia alertou nesta sexta-feira aos jornalistas ocidentais que, caso se comportem de forma não profissional e tratem a Rússia ou seu povo de maneira rude, não serão tolerados.
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou uma lei em março impondo uma pena de prisão de até 15 anos para aqueles que espalhem de forma intencional notícias "falsas" sobre os militares, levando alguns meios de comunicação ocidentais a retirarem seus jornalistas da Rússia.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, disse que quando correspondentes ocidentais se encontraram com o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em Moscou nesta semana, alguns reclamaram de suas condições, incluindo a emissão de vistos e credenciamento.
"Por quantos anos eles tiveram condições absolutamente favoráveis", disse Zakharova a repórteres.
"Isso tudo acabou agora. Agora eles viverão de uma nova maneira", disse Zakharova. "Se eles fizerem seu trabalho profissionalmente, eles vão trabalhar; se não, então os jornalistas estrangeiros não vão trabalhar."
"Se eles tratarem a nós, nosso país e nosso povo com grosseria, simplesmente não serão bem-vindos aqui".
Autoridades russas dizem que a imprensa ocidental noticia a guerra na Ucrânia de maneira profundamente unilateral, ignorando as raízes do conflito e se aliando abertamente à Ucrânia enquanto exibe racismo aberto e inconsciente contra os russos.
A Rússia bloqueou as plataformas Facebook (NASDAQ:META) e Twitter enquanto rotula alguns repórteres russos como agentes estrangeiros. Alguns dos principais jornalistas da Rússia deixaram o país.
No Índice de Liberdade de Imprensa, uma ranking da liberdade de imprensa compilada e publicada pela organização Repórteres Sem Fronteiras, a Rússia está classificada em 155º lugar entre 180 países, logo acima do Afeganistão e do Paquistão. A Noruega está em primeiro lugar.
(Reportagem de Guy Faulconbridge)