Por Tom Balmforth e Mark Hosenball
MOSCOU/LONDRES (Reuters) - A Rússia chamou nesta quarta-feira de mentiras e difamações as sugestões de que um suposto agente duplo infiltrado no governo do presidente russo, Vladimir Putin, teria entregue informações aos Estados Unidos sobre supostas interferências de Moscou nas eleições presidenciais norte-americanas.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, fez o comentário após informações veiculadas na imprensa norte-americana, e confirmadas à Reuters por duas fontes, dizerem que um informante da CIA no governo russo havia sido retirado e trazido para os Estados Unidos em 2017.
Agências de Inteligência dos Estados Unidos disseram que a Rússia interferiu nas eleições presidenciais de 2016 para favorecer o hoje presidente Donald Trump. Moscou nega qualquer tipo de interferência.
Uma fonte familiarizada com o condução do caso do informante pelo governo norte-americano disse à Reuters que o agente duplo havia providenciado informações que ajudavam a confirmar o envolvimento do governo russo em iniciativas para influenciar a campanha nas eleições de 2016. A CNN disse nesta terça-feira que o informante havia ajudado a mostrar que Putin havia dirigido as interferências russas nas eleições para favorecer Trump.
Mas Ryabkov disse que o suposto agente duplo não poderia ter tido nenhum papel na revelação de interferências nas eleições, pois não aconteceu nenhuma interferência.
"O que está acontecendo em termos de tais interpretações é apenas o acúmulo de mentiras, uma em cima da outra, e a multiplicação das calúnias sobre nós", disse o Ryabkov de acordo a agência de notícias Interfax.
O Kremlin disse separadamente na quarta-feira que não sabia se um de seus ex-empregados tinha sido um informante da CIA, mas que os serviços de inteligência russos estavam trabalhando no caso.