Líderes internacionais aliados a Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) dão parabéns ao venezuelano nesta 2ª feira (29.jul.2024) pela sua reeleição. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermudez, chamou o resultado do pleito de “histórica vitória”, enquanto o russo, Vladimir Putin, citou a “parceria estratégica” entre os países e a construção de uma nova “ordem mundial”.
“Falei com o irmão Nicolas Maduro para transmitir calorosas felicitações em nome do partido, do governo e do povo cubano pela histórica vitória eleitoral alcançada, após uma impressionante manifestação do povo venezuelano”, disse Díaz-Canel Bermudez em publicação no X (ex-Twitter).
No Telegram, Putin ressaltou a boa relação entre a Rússia e a Venezuela, e se disse confiante no desenvolvimento dessa “parceria estratégica” para “construir uma ordem mundial mais justa e democrática”.
“As relações Rússia-Venezuela são uma parceria estratégica. Estou confiante de que suas ações como chefe de Estado contribuirão ainda mais para o desenvolvimento estável dessa parceria em todas as áreas. Isso está totalmente alinhado com os interesses de nossos povos aliados e com o objetivo de construir uma ordem mundial mais justa e democrática”, escreveu Putin.
“Gostaria de reafirmar nosso compromisso de continuar nossa cooperação construtiva em importantes questões bilaterais e internacionais. Lembre-se de que você é sempre um convidado bem-vindo em solo russo”, completou.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, também se manifestou, no X, favoravelmente ao resultado do pleito. Ele destacou a figura do ex-presidente Hugo Chávez e “o fato de a vontade do povo venezuelano nas urnas ter sido respeitada”.
“Queremos ratificar a nossa vontade de continuar a fortalecer os nossos laços de amizade, cooperação e solidariedade com a República Bolivariana da Venezuela, no quadro da integração soberana dos nossos povos e no objectivo comum de avançar para um mundo multipolar”, concluiu Arce. Outros líderes globais também se manifestaram sobre as eleições na Venezuela, mas no sentido contrário. Os EUA, por exemplo, declararam “sérias preocupações” sobre o resultado. “A comunidade internacional está observando muito de perto e responderá de acordo”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O presidente da Argentina, Javier Milei, e do Chile, Gabriel Boric, disseram que não reconhecerão o resultado.
RESULTADO
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela confirmou a reeleição de Maduro na madrugada desta 2ª feira (29.jul).
De acordo com o órgão controlado pelo regime chavista, com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 51,2% dos votos (5.150.092), contra 44,2% (4.445.978) do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). Outros candidatos obtiveram 462.704 votos, que corresponde a 4,6% do total.
QUEM É MADURO
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, 60 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”. Há também restrições descritas em relatórios da OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).