(Reuters) - A Rússia e a Ucrânia trocaram nesta sexta-feira 95 prisioneiros de guerra cada uma, em um acordo que contou com a mediação dos Emirados Árabes Unidos, afirmou o Ministério da Defesa russo.
Em publicação no aplicativo de mensagens Telegram, o ministério disse que os membros de suas forças que retornarão ao país estão passando por exames médicos em Belarus, um dos principais aliados da Rússia na guerra que já dura dois anos e meio.
Não houve comentários sobre a troca por parte de autoridades ucranianas.
A imprensa ucraniana afirmou que entre os repatriados está o jornalista ucraniano e defensor de direitos humanos Maksym Butkevych, condenado por um tribunal na Rússia por disparar contra forças russas.
Reportagens informam que eles também incluíam um dos combatentes da brigada Azov, da Ucrânia, que defendeu a cidade portuária de Mariupol por quase três meses em 2022.
Um grupo privado russo que diz lutar pelos interesses dos prisioneiros de guerra publicou uma lista das pessoas soltas e afirmou que a maior parte foi capturada na região de Kursk, onde forças ucranianas fizeram uma incursão em agosto.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse que a operação em Kursk foi planejada para desviar as forças russas da frente oriental e aumentar o número de soldados russos capturados para serem usados como parte de um "fundo de troca".
Tais forças permanecem em Kursk, embora o setor militar russo alegue que seus soldados recuperaram parte dos territórios capturados. A troca anterior, que envolveu 103 prisioneiros de cada lado, ocorreu em setembro.
Em uma declaração divulgada pela mídia estatal, o Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos disse que essa foi a nona instância de mediação do Estado do Golfo na guerra. Ele descreveu a troca como "um reflexo das relações de cooperação e amizade entre os Emirados Árabes Unidos e os dois países".
(Reportagem de Ron Popeski e Oleksandr Kozhukhar e de Adam Makary no Cairo)