Por Tom Balmforth e Alexander Marrow
MOSCOU (Reuters) - A Rússia expulsou dois diplomatas alemães nesta quinta-feira, o que classificou como uma reação diplomática padrão a uma ação semelhante da Alemanha na semana passada, e disse esperar que uma crise causada pelo assassinato de um cidadão da Geórgia em Berlim não prejudique as relações ainda mais.
A Alemanha anunciou a expulsão de dois diplomatas russos na semana passada devido ao que disse ter sido uma recusa de Moscou a cooperar na investigação de um homicídio em que procuradores alemães suspeitam de envolvimento russo ou checheno. O governo russo negou ligação com o crime.
Ainda nesta quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou o embaixador alemão em Moscou para apresentar um protesto formal a Berlim por causa das expulsões e deu a dois diplomatas alemães sete dias para saírem do país, informou a pasta em um comunicado.
"Estas medidas eram inevitáveis depois que dois de nossos diplomatas foram expulsos. Consideramos a ação de Berlim absolutamente infundada", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
"Acreditamos e esperamos que isso não se torne um fator negativo no desenvolvimento e na ampliação posteriores de nosso diálogo construtivo", disse ele a repórteres em uma teleconferência.
As tensões entre a Rússia e países ocidentais, incluindo a Alemanha, que é altamente dependente do gás e do petróleo russos, ressurgiram desde o envenenamento de um ex-espião russo, Sergei Skripal, e sua filha em solo britânico no ano passado.
Tradicionalmente a Alemanha tem laços comerciais com Moscou, e a disputa diplomática ocorre no momento em que a Rússia constrói um grande gasoduto com destino à Alemanha, o Nord Stream 2.