Por Mark Trevelyan
LONDRES (Reuters) - A Rússia mudou nesta quinta-feira sua posição sobre o bombardeio de um hospital ucraniano na cidade de Mariupol, com uma mistura de declarações que oscilaram entre negações agressivas e um pedido para estabelecer fatos claros.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, acusou a Rússia na quarta-feira de genocídio depois que autoridades disseram que uma aeronave russa bombardeou o hospital, deixando pacientes em meio aos escombros, apesar de um acordo de cessar-fogo para que as pessoas fugissem da cidade sitiada.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à Reuters, após um pedido de comentário: "As forças russas não disparam contra alvos civis".
Nesta quinta-feira, ele afirmou que o Kremlin investigaria o incidente.
"Definitivamente vamos perguntar aos nossos militares, porque você e eu não temos informações claras sobre o que aconteceu lá", disse Peskov a repórteres. "E é muito provável que os militares forneçam algumas informações."
Outras autoridades russas adotaram uma linha mais agressiva na quinta-feira, classificando o ataque ao hospital como notícia falsa.
"Isso é terrorismo de informação", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.
Dmitry Polyanskiy, o primeiro vice-representante permanente da Rússia nas Nações Unidas, afirmou que a instalação atingida era uma antiga maternidade que havia sido tomada por tropas ucranianas.
"É assim que nascem as notícias falsas", disse ele, acrescentando que a Rússia alertou em 7 de março que o hospital havia sido transformado em um objeto militar do qual os ucranianos estavam disparando.