(Reuters) - A Rússia está acolhendo milhares de trabalhadores norte-coreanos no país e concedendo novas licenças de trabalho, em uma possível violação de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com o jornal Wall Street Journal.
Mais de 10 mil trabalhadores norte-coreanos se registraram na Rússia desde setembro, relatou o jornal na quinta-feira, citando registros do Ministério do Interior russo.
A ação russa pode estar violando sanções da ONU que visam reduzir o fluxo de dinheiro para a Coreia do Norte e pressionar Pyongyang a abdicar de suas armas nucleares, disse o WSJ, citando autoridades dos Estados Unidos.
Após publicação da reportagem, o embaixador russo para a Coreia do Norte, Alexander Matsegora, disse que Moscou não violou nenhuma sanção da ONU e que qualquer nova licença de trabalho emitida para norte-coreanos na Rússia foi destinada a indivíduos que já moravam no país e trabalhavam sob contratos antigos, segundo a agência Interfax.
Registros do Ministério do Trabalho obtidos pelo Wall Street Journal mostraram que ao menos 700 novas licenças de trabalho foram emitidas para norte-coreanos na Rússia neste ano.
Autoridades da ONU estão investigando possíveis violações das sanções, que contêm exceções limitadas, disse o WSJ citando fontes.
"Está absolutamente claro que a Rússia precisa fazer mais. A Rússia diz querer relações melhores com os Estados Unidos, então Moscou deveria prová-lo cooperando conosco, não trabalhando contra nós, nesta ameaça urgente a todas as nações", disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA à Reuters.