(Reuters) - O Ministério da Defesa da Rússia reconheceu, nesta quarta-feira, que alguns recrutas estão participando do conflito com a Ucrânia, após o presidente Vladimir Putin negar esse fato em vários momentos, dizendo que apenas soldados profissionais e oficiais haviam sido mobilizados.
O ministério disse que alguns recrutas, trabalhando em unidades de fornecimento, haviam sido tomados como prisioneiros pelo Exército ucraniano durante o conflito iniciado pela invasão russa em 24 de fevereiro.
Citando o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, a agência de notícias RIA afirmou que Putin ordenou que os promotores militares investigassem e punissem oficiais responsáveis por desobedecerem suas instruções de excluir os recrutas da operação.
Algumas associações de mães de soldados na Rússia haviam expressado preocupação com a quantidade de recrutas incomunicáveis após o início do que o Kremlin chama de “operação militar especial” na Ucrânia, sugerindo que eles teriam sido enviados ao combate, apesar da falta de treinamento adequado.
O Kremlin e autoridades militares haviam negado esse fato até agora. Semana passada, o Parlamento russo passou uma lei impondo prisão de até 15 anos a quem disseminasse notícias “falsas” de maneira intencional sobre o Exército.
“Infelizmente, descobrimos vários fatos sobre a presença de recrutas em unidades participando da operação militar especial na Ucrânia. Praticamente todos esses soldados foram retirados para a Rússia”, disse o Ministério da Defesa, prometendo evitar essa situação no futuro.
(Reportagem da Reuters)