Por Natalia Zinets
KIEV (Reuters) - Autoridades ucranianas e nomeadas pela Rússia reportaram bombardeios em local próximo à usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, nesta segunda-feira, com ambos os lados trocando acusações sobre a autoria dos ataques, após a Agência Internacional de Energia Atômica alertar para o perigo de um desastre nuclear caso os conflitos não parem.
Rússia e Ucrânia se acusam de bombardeios próximos à usina nos últimos dias, em meio a temores de uma catástrofe no complexo, que domina a margem sul de um grande reservatório no Rio Dnipro.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, avisou os soldados russos que atacam a maior usina energética nuclear da Europa, ou que a utilizam como base para realizar ataques, que eles irão se tornar "um alvo especial".
A usina fica na cidade de Enerhodar, hoje controlada pelos russos.
Yevhen Yevtushenko, diretor do governo do distrito de Nikopol, que fica do outro lado do rio a partir de Enerhodar, culpou as forças russas pelos bombardeios à cidade.
Valdimir Rogov, uma autoridade nomeada pelos russos na cidade, disse que nas últimas duas horas, 25 ataques de artilharia pesada feitos por howitzers M777, fabricados nos EUA, atingiram a usina nuclear e áreas residenciais.
A agência de notícias russa Interfax, citando o serviço de imprensa do governo russo de Enerhodar, disse que forças ucranianas abriram fogo, com explosões próximas à usina.
(Reportagem de Natalia Zinets em Kiev, Yoruk Isik e Ece Toksabay em Istambul, Andrea Shalal em Yuzhne, Maya Gebeily em Beirute e Jonathan Saul em Londres, e redações da Reuters)