Por Arshad Mohammed
WASHINGTON (Reuters) - O Irã prometeu severa vingança depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá na sexta-feira matou Qassem Soleimani, comandante da elite das Forças Quds do Irã e arquiteto de sua crescente influência militar no Oriente Médio.
Os EUA informaram que a ação visava interromper um "ataque iminente" que colocaria em risco os norte-americanos no Oriente Médio.
A seguir, uma cronologia dos principais eventos nas relações entre Irã e Estados Unidos:
1953: A CIA (Agência Central de Inteligência, na sigla em inglês) ajuda a orquestrar a derrubada do popular primeiro-ministro do Irã, Mohammed Mossadegh, restaurando o poder do xá Mohammed Reza Pahlavi.
1957: Os EUA e o Irã assinam um acordo sobre cooperação nuclear civil.
1968: Irã assina o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que lhe permite ter um programa nuclear civil em troca do compromisso de não adquirir armas nucleares.
1979: A Revolução Islâmica do Irã força o xá apoiado pelos norte-americanos a fugir. O aiatolá Ruhollah Khomeini retorna do exílio, tornando-se um guia religioso supremo. Estudantes fundamentalistas invadem a Embaixada dos EUA em Teerã e mantêm reféns.
1980: Os EUA cortam laços diplomáticos com o Irã, apreendem ativos iranianos e proíbem grande parte do comércio com o país. Uma missão de resgate de reféns ordenada pelo Presidente Jimmy Carter falha.
1981: O Irã liberta 52 reféns dos EUA minutos depois de Carter deixar a presidência e Ronald Reagan tomar posse como presidente dos EUA.
1984: Os EUA listam o Irã como patrocinador do terrorismo de Estado.
1986: Reagan revela um acordo secreto de venda de armas com Teerã, em violação ao embargo internacional de armamento.
1988: Vincennes, um navio de guerra norte-americano, abate por engano um avião de passageiros iraniano sobre o Golfo, resultando na morte de todos as 290 pessoas a bordo.
2002: O presidente norte-americano George W. Bush classifica o Irã, Iraque e Coreia do Norte como "eixo do mal". Autoridades dos EUA acusam Teerã de operar um programa secreto de armas nucleares.
2006: Washington diz querer participar de negociações nucleares multilaterais com o Irã caso o país suspenda, de forma verificável, o enriquecimento nuclear.
2009: O presidente Barack Obama diz aos líderes do Irã que estenderia sua mão se eles "abrissem o punho".
2009: Grã-Bretanha, França e Estados Unidos anunciam que o Irã está construindo um local secreto de enriquecimento de urânio em Fordow.
2012: A lei norte-americana dá a Obama o poder de sanção a bancos estrangeiros, caso eles não reduzam significativamente suas importações de petróleo iraniano. As vendas de petróleo do Irã caem, provocando uma desaceleração econômica.
Autoridades norte-americanas e iranianas iniciam negociações secretas, que se intensificam em 2013, sobre a questão nuclear.
2013: Em setembro, Obama e Hassan Rouhani, presidente do Irã, se falam por telefone, no contato de mais alto nível entre os dois países em três décadas.
Em novembro, o Irã e seis grandes potências concordam com o acordo nuclear do Plano de Ação Conjunto. O Irã concorda em restringir seu programa nuclear em troca de um alívio limitado das sanções.
2018: O presidente dos EUA, Donald Trump, retira-se do acordo nuclear em maio e reposiciona sanções econômicas prejudiciais ao Irã.
2019: Os EUA designam o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica como uma "organização terrorista" em abril.
Em maio, o Irã diz que aumentará a produção de urânio enriquecido, contrariando seus compromissos sob o acordo nuclear.
Petroleiros são atacados no Golfo em maio e junho. Os Estados Unidos culpam o Irã, acusação que Teerã nega.
O Irã abate, em junho, um drone norte-americano que diz estar em seu espaço aéreo e apreende, em julho, um petroleiro britânico.
A companhia estatal de petróleo da Arábia Saudita é atacada em setembro por drones e mísseis que se acredita serem do Irã; Teerã nega envolvimento.
Em dezembro, ataques a bases militares dos EUA no Iraque matam um cidadão dos EUA. Os norte-americanos culpam uma milícia apoiada pelo Irã no Iraque e atiram em suas bases em retaliação.
Milícias apoiadas pelo Irã protestam do lado de fora da Embaixada dos EUA em Bagdá, invadindo o posto de segurança.