BEIRUTE (Reuters) - Agora que o Irã prometeu se vingar do assassinato de um de seus maiores comandantes militares, o general Qassem Soleimani, pode contar com o apoio de grupos que são parte de uma aliança liderada por Teerã em toda a região.
No Líbano, no Iêmen e na Faixa de Gaza, grupos apoiados pelo Irã vem combatendo aliados dos Estados Unidos, como Israel e Arábia Saudita. Já no Iraque, os EUA acusaram recentemente combatentes auxiliados pelo Irã de visarem pessoal norte-americano diretamente.
A gama de alianças é em grande parte resultado do trabalho do próprio Soleimani, arquiteto da influência militar crescente do Irã no Oriente Médio.
IRAQUE
Grupos xiitas apoiados pelo Irã ganharam força no Iraque após a invasão dos EUA em 2003. Hoje, eles têm dezenas de milhares de combatentes.
Supervisionados por Soleimani, eles desempenharam um papel central no combate ao Estado Islâmico, lutando como parte do Hashid Shaabi.
Os grupos mais fortes --treinados, equipados e financiados por Teerã-- são Asaib Ahl al-Haq, Kataib Hezbollah, Harakat Hezbollah al-Nujaba e a Organização Badr.
Jamal Jaafar Ibrahimi, fundador do Kataib Hezbollah conhecido como Abu Mahdi al-Muhandis, morreu no ataque que eliminou Soleimani.
LÍBANO
O Hezbollah, que significa "Partido de Deus", foi criado com ajuda da Guarda Revolucionária iraniana em 1982. Em anos recentes, sua atuação ultrapassou as fronteiras do Líbano, já que o grupo de milhares de combatentes passou a agir nos conflitos no Iraque e na Síria.
Estabelecido com a meta de combater as forças israelenses que haviam invadido seu país, o Hezbollah continuou sendo um inimigo jurado de Israel, que o vê como a maior ameaça junto às suas fronteiras.
Os EUA responsabilizam o Hezbollah pelo ataque suicida que destruiu o quartel-general da Marinha norte-americana em Beirute em outubro de 1983, que matou 241 pessoas, e pelo ataque suicida ocorrido no mesmo ano em sua embaixada.
IÊMEN
O movimento houthi alinhado ao Irã enfrenta uma aliança militar liderada pelos sauditas no Iêmen há quase cinco anos.
O Irã defende os houthis por considerá-los parte de seu "eixo de resistência" regional. A Arábia Saudita e seus aliados acusam o Irã de armar e treinar os houthis, mas a abrangência do relacionamento é questionada e Teerã negou encaminhar armas ao Iêmen.
HAMAS E JIHAD ISLÂMICA
O grupo palestino islâmico Hamas, que comanda Gaza, tem uma divisão armada poderosa graças ao amparo financeiro e militar da República Islâmica. Observadores estimam que o grupo tem cerca de 30 mil combatentes e milhares de foguetes.
Grupo menor, a Jihad Islâmica é vista por analistas como mais comprometida com a pauta oficial do Irã do que o Hamas, mas tem menos combatentes e foguetes.
(Reportagem de Nidal al-Mughrabi, em Gaza; Lisa Barrington, em Dubai; e Ahmed Aboulenein, em Bagdá)