Por Trevor Hunnicutt e James Oliphant
WASHINGTON (Reuters) - O ex-vice-presidente norte-americano Joe Biden, o provável indicado presidencial democrata, recebeu o apoio formal do rival Bernie Sanders nesta segunda-feira, um gesto que pode ajudar a unificar o Partido Democrata antes de um confronto contra o presidente republicano Donald Trump na eleição geral.
Sanders, um enérgico progressista que abandonou sua campanha presidencial na semana passada, se uniu a Biden em um evento de campanha virtual, citando o surto de coronavírus como razão para o partido se unir.
Trata-se de um grande contraste com 2016, quando Sanders esperou até as vésperas da Convenção Nacional Democrata, realizada em meados do ano, para endossar a então indicada Hillary Clinton.
Antes de a pandemia impossibilitar a continuação das primárias democratas, Biden havia acumulado uma vantagem respeitável em número de delegados sobre Sanders, levando o senador do Vermont a declarar na semana passada que não via um caminho viável para a indicação.
Mesmo assim, ainda não estava claro o quão cedo Sanders, que é especialmente popular com eleitores liberais jovens, cerraria as fileiras de Biden, cujo apoio vem sobretudo dos moderados mais velhos da sigla.
No evento online, Sanders pediu a democratas, independentes e republicanos para "se unirem a esta campanha para apoiar a candidatura (de Biden), que eu endosso, para fazer com que derrotemos alguém que eu acredito... ser o presidente mais perigoso da história moderna deste país".
Biden respondeu qualificando Sanders como "a voz mais poderosa para uma América íntegra e mais justa".
Como a pandemia global relegou a corrida presidencial de 2020 a eventos online e bastidores, o apoio de Sanders dá a Biden uma energia e uma atenção bem-vindas.