GENEBRA (Reuters) - A Arábia Saudita acredita que as tensões com o Irã não devem tirar dos trilhos as negociações internacionais sobre a Síria, diálogo que têm uma nova rodada programada para Genebra neste mês, disse nesta terça-feira o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) à Síria.
A ONU estabeleceu a data de 25 de janeiro como meta para as negociações. No entanto, Damasco rejeitou um novo organismo de oposição formado para supervisionar as negociações, e a oposição quer ver medidas do presidente Bashar al-Assad para a construção de uma relação de confiança, uma exigência que poderia complicar os esforços para iniciar o diálogo.
Há preocupações de que as diferenças entre Riad e Teerã, que compareceram em negociações anteriores sobre a Síria e dão apoio a lados opostos na guerra, possam retardar a diplomacia para a paz.
O enviado Staffan de Mistura, em declarações feitas depois de se encontrar com o ministro do Exterior da Arábia Saudita, Adel bin Ahmed Al-Jubeir, e a oposição síria em Riad, disse haver uma determinação clara do lado saudita de que as atuais tensões regionais não iriam ter um impacto negativo para as negociações e para a continuação do processo político em Genebra.
De Mistura não caracterizou a posição dos opositores sírios na reunião, mas afirmou: "Não podemos desperdiçar este momento, apesar do que está ocorrendo na região."
A Arábia Saudita, o Barein e o Sudão cortaram laços com o Irã, e os Emirados Árabes reduziram as suas relações na segunda-feira, depois que a embaixada saudita em Teerã foi invadida por manifestantes. O Kuweit chamou de volta o seu embaixador no Irã nesta terça-feira.
(Reportagem de Stephanie Nebehay; reportagem adicional de John Davison em Beirute)