Por Philip Pullella
ROMA (Reuters) - O secretário de Estado do Vaticano condenou nesta quarta-feira o bombardeio a um hospital infantil na cidade portuária de Mariupol, na Ucrânia.
O conselho municipal de Mariupol disse que o hospital foi atingido várias vezes por um ataque aéreo russo, causando uma destruição "colossal".
O governador da região afirmou que 17 pessoas ficaram feridas, incluindo mulheres em trabalho de parto. Os relatos não puderam ser verificados imediatamente.
"Eu digo que bombardear um hospital é inaceitável. Não há razões, não há motivações para fazer isso", disse o cardeal Pietro Parolin a jornalistas que o questionaram em uma conferência em Roma sobre o ataque.
"A primeira versão que foi dada para esta guerra foi que era uma operação militar destinada apenas a destruir instalações militares na Ucrânia para garantir a segurança da Rússia. Bombardear um hospital infantil, um hospital pediátrico, não tem nada a ver com esse propósito", afirmou Parolin.
No domingo, o papa Francisco rejeitou de forma implícita o uso pela Rússia do termo "operação militar especial" para sua invasão da Ucrânia, dizendo que o país estava sendo atingido pela guerra e pedindo o fim imediato dos combates.
Parolin, que fica atrás apenas do papa na hierarquia do Vaticano, falou por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na terça-feira, dizendo que a Santa Sé quer o fim dos ataques armados na Ucrânia e que os corredores humanitários sejam garantidos.
"Estou muito preocupado, em primeiro lugar com o que está acontecendo, porque se tornou uma guerra total", disse Parolin nesta quarta-feira, acrescentando que sua conversa com Lavrov na terça durou mais de 30 minutos.
Parolin afirmou que Lavrov "não me deu nenhuma garantia".