ROMA (Reuters) - O Senado da Itália aprovou nesta quinta-feira um novo sistema eleitoral que deve prejudicar o partido anti-establishment Movimento 5-Estrelas em uma eleição nacional próxima e favorecer blocos políticos tradicionais.
O projeto de lei já fora aprovado pela Câmara graças a uma bateria de moções de confiança, e agora só precisa receber a sanção do chefe de Estado para se tornar lei, o que deve ocorrer nos próximos dias.
O sistema de votação, uma mistura de representação proporcional e voto nominal, deve beneficiar partidos que formam coalizões antes da eleição, algo que o 5-Estrelas sempre descartou.
Mas pesquisas de intenção de voto indicam que, dadas as tendências atuais, o sistema não resultará em um vencedor claro, o que significa que algum tipo de grande coalizão provavelmente será necessária após as próximas eleições, marcadas para maio de 2018.
O presidente italiano, Sergio Mattarella, havia pedido ao Parlamento para esboçar uma nova lei para harmonizar os sistemas existentes, que implicam o risco de produzir resultados diferentes nas duas Casas.
Todas as tentativas anteriores de reforma foram frustradas por disputas políticas internas, mas surpreendentemente o Partido Democrático, do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, fez um acordo com a Força Itália, do também ex-premiê Silvio Berlusconi, a respeito de um sistema de votação revisado. O partido de direita Liga Norte também apoiou a iniciativa.
O projeto de lei foi aprovado no Senado por 214 votos a 61.
(Por Crispian Balmer)