WASHINGTON (Reuters) - O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira Loretta Lynch como próxima secretária de Justiça, acabando com um impasse de cinco meses que fez Lynch esperar mais tempo para a confirmação do que os últimos sete secretários.
A primeira mulher negra a se tornar a principal autoridade da Justiça norte-americana, Lynch, de 55 anos, foi aprovada numa votação com 56 a favor e 43 contra. Dez republicanos votaram a favor de Lynch, incluindo o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell.
Ela deve assumir o cargo de chefe do Departamento de Justiça dos Estados Unidos na segunda-feira, substituindo Eric Holder.
A margem de votação refletiu a desaprovação de muitos republicanos ao apoio de Lynch para uma ordem executiva de Obama emitida em novembro para proteger milhões de imigrantes ilegais da ameaça de deportação.
Antes da votação, o senador republicano Jeff Sessions, um crítico ferrenho daquela ordem executiva, criticou Lynch.
"Não temos que confirmar alguém para a posição mais alta da Justiça dos EUA se essa pessoa está comprometida publicamente a denegrir o Congresso, violando a lei", disse ele.
O líder democrata no Senado, Harry Reid, repreendeu os republicanos por adiarem a confirmação e disse que Lynch era "a candidata mais qualificada" que tinha visto em quase 30 anos no Senado.
Lynch aguardava a confirmação desde novembro, quando Obama, um colega da Escola de Direito de Harvard, apresentou a sua candidatura.
Apesar do atraso, ela é amplamente considerada menos controversa do que Holder, que muitas vezes entrou em conflito com os republicanos. Ela disse que pretende suavizar as relações com o Congresso.
Em uma audiência de confirmação no Senado em 28 de janeiro, Lynch disse que suas principais prioridades incluiriam a luta contra as ameaças terroristas e crimes cibernéticos e melhorar a relação entre a polícia e as comunidades minoritárias.
(Reportagem de Lindsay Dunsmuir, Richard Cowan e Julia Edwards)