Por Megan Cassella e Susan Heavey
WASHINGTON (Reuters) - Dois senadores republicanos de peso indicaram que estão abertos a estudar a indicação do juiz Merrick Garland para a Suprema Corte após a eleição presidencial do dia 8 de novembro. Garland, juiz centrista escolhido para a vaga pelo presidente norte-americano, Barack Obama, começaria a conversar com senadores nesta quinta-feira.
Os comentários de Orrin Hatch, do Estado de Utah, e Jeff Flake, do Arizona, ambos membros do Comitê Judiciário, que realiza audiência de confirmação, foram feitos um dia depois de Obama indicar Garland para o cargo vitalício no tribunal para substituir o conservador Antonin Scalia, que morreu em 13 de fevereiro.
Líderes republicanos no Senado prometeram não realizar audiências de confirmação nem votações diretas de nenhum indicado de Obama, cujo segundo mandato termina em janeiro do ano que vem. Eles querem que o próximo mandatário faça a escolha, na esperança de que um correligionário vença o pleito presidencial.
Flake disse que, embora seja "plenamente justificado" que os líderes republicanos adiem qualquer ação sobre a confirmação, se os republicanos perderem a corrida pela Casa Branca o Senado de maioria republicana "deve analisar esta indicação em uma sessão 'pato manco' em novembro".
'Pato manco' é uma expressão usada em referência aos últimos meses de mandato de um presidente após a eleição de seu sucessor em novembro, mas antes de o novo Congresso se reunir no início de janeiro. Obama entrega o cargo no dia 20 de janeiro de 2016.
Qualquer indicado de um presidente à Suprema Corte precisa de uma confirmação do Senado.
"Eu preferiria um indicado menos liberal como Merrick Garland do que um nome que Hillary Clinton, se fosse presidente, indicaria", afirmou Flake ao canal Fox News Channel.
O pré-candidato republicano Donald Trump é o favorito nas pesquisas de opinião, e no campo democrata, a ex-secretária de Estado Hillary.
Garland já agendou as reuniões costumeiras com senadores, que dão início ao processo de confirmação, e deve se reunir com o líder democrata no Senado, Harry Reid, de Nevada, e Patrick Leahy, do Vermont, principal democrata no Comitê Judiciário.
(Reportagem adicional de David Morgan e Susan Cornwell)