Por Sam Edwards
BARCELONA (Reuters) - Dois líderes separatistas catalães que estão presos disseram neste sábado que começaram uma greve de fome em protesto ao tratamento que têm recebido das cortes espanholas.
Eles estão à espera de julgamento por seu papel na tentativa fracassada da região de se separar da Espanha.
Depois de a Catalunha declarar independência no ano passado, Madri assumiu controle direto da região e denunciou líderes catalães, inclusive por mau uso de dinheiro público e rebeliões. Nove dos líderes estão presos e aguardando julgamento.
Dois dos líderes sob custódia - Jordi Sànchez e Jordi Turull - anunciaram, em um comunicado conjunto, que haviam começado a recusar comida em protesto contra a demora da Justiça espanhola de analisar as várias apelações em relação a seus casos.
“Não estamos pedindo tratamento especial. Mas não aceitaremos passivamente discriminação e demoras injustificadas”, disseram.
Sànchez disse à Reuters, em uma entrevista na semana passada, que estava convencido que não conseguiria ter um julgamento justo na Espanha, mas acreditava que ele e outros líderes separatistas seriam inocentados na Corte Europeia de Direitos Humanos.
Um porta-voz do governo espanhol disse que os separatistas presos teriam um julgamento justo. “Apenas o Judiciário é responsável pelas sentenças”, acrescentou.
Tensões com Madri diminuíram desde o ano passado, mas o governo catalão continua advogando um referendo sobre deixar a Espanha, algo que o governo espanhol disse que não aceitará.