Por Belén Carreño e Emma Pinedo
MADRI (Reuters) - O partido espanhol de extrema-esquerda Unidas Podemos recusou a mais recente proposta de acordo dos socialistas para formar um governo nesta terça-feira, aumentando ainda mais a probabilidade de que novas eleições sejam realizadas em novembro após o último pleito inconclusivo de abril.
Os dois partidos têm divergido seguidamente enquanto os socialistas tentam formar um governo, mas o tempo está acabando: se um novo governo não estiver formado até 23 de setembro, uma nova eleição será realizada no dia 10 de novembro.
O líder socialista Pedro Sánchez, que é o primeiro-ministro interino desde que seu partido venceu as eleições de abril sem os números suficientes para governar sem o apoio de outros partidos, fez uma nova proposta nesta terça-feira.
Embora ele tenha descartado formar uma coalizão com o Podemos por conta das muitas discordâncias, Sánchez disse que os dois partidos poderiam concordar em diretrizes, mas sem cargos de gabinete para o Podemos.
"Não há motivo para sermos inimigos", disse Sánchez a membros do partido, sindicatos e ONGs em um discurso, acrescentando que "é possível ser leal aos aliados como sempre fomos no passado".
O Podemos já apoiou o governo socialista anterior no ano passado sem que fizesse parte dele.
Entretanto, o líder do Podemos, Pablo Iglesias, disse que um governo de coalizão seria a única opção no momento.
"A política não pode ser baseada na confiança, mas em garantias. Um governo de coalizão é a única garantia para conduzir as políticas que podem mudar as vidas das pessoas", tuitou Iglesias.