Por Nidal al-Mughrabi
GAZA (Reuters) - Soldados israelenses mataram a tiros quatro palestinos e feriram cerca de 150 nesta sexta-feira, segundo autoridades médicas, à medida que protestos contra a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel entraram na segunda semana.
A maioria das vítimas estava na fronteira da Faixa de Gaza, onde milhares de palestinos se reuniram para lançar pedras contra soldados israelenses pela cerca fortificada. Médicos afirmaram que dois manifestantes, um deles em cadeira de rodas, foram mortos e 150 se feriram.
Na Cisjordânia ocupada, outra área onde os palestinos buscam como Estado junto com Jerusalém Oriental, médicos disseram que dois manifestantes morreram e 10 ficaram feridos por tiroteio israelense.
Um dos mortos era um homem que soldados da polícia israelense disseram que foi baleado depois que ele esfaqueou um membro da unidade deles. Testemunhas da Reuters afirmaram que o palestino segurava uma faca e usava o que parecia ser um cinturão de explosivos. Um médico palestino que ajudou a retirar o homem para tratamento disse que o cinto era falso.
Os palestinos - e o mundo árabe e muçulmano em geral - ficaram indignados com o anúncio de Trump, em 6 de dezembro, que reverteu décadas de política externa dos EUA sobre Jerusalém, uma cidade onde Israel e os palestinos querem soberania.
Os aliados europeus de Washington e a Rússia também manifestaram preocupações com a decisão de Trump.
Os islamistas do Hamas, que comandam Gaza e rejeitam a convivência com Israel, convocaram na semana passada um novo levante palestino, mas essa mobilização em massa ainda não foi vista na Cisjordânia ou em Jerusalém Oriental.
Houve quase todos os dias lançamentos de foguetes de Gaza para Israel, sem vítimas até agora. Israel respondeu com ataques aéreos contra instalações do Hamas, sendo que um deles matou dois homens armados.
Os militares israelenses disseram que, nesta sexta-feira, cerca de 3.500 palestinos protestaram perto da cerca da fronteira de Gaza.
"Durante os conflitos violentos, os soldados da Força de Defesa de Israel dispararam seletivamente contra os principais instigadores", disseram os militares em um comunicado.