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Por Jennifer Rigby
LONDRES (Reuters) - A região das Américas corre o risco de perder seu status de livre do sarampo, já que a doença altamente infecciosa continua a se espalhar no Canadá, México e Estados Unidos, disse o chefe da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em uma entrevista à Reuters.
Para ser considerado livre do sarampo, um país onde está ocorrendo um surto deve voltar a ter zero casos em 12 meses. Esse prazo expira no final deste mês para o Canadá, enquanto os Estados Unidos têm até janeiro e o México até fevereiro.
Jarbas Barbosa, diretor da Opas, disse que todos os três países correm o risco de não cumprir os prazos, o que privaria as Américas de seu status de livre do sarampo e atrasaria a meta mais ampla de um mundo livre do sarampo até 2030. A queda nas taxas de vacinação foi a culpada pela disseminação da doença, disse ele.
Quando perguntado se está preocupado com as mudanças de política nos Estados Unidos, onde o secretário de Saúde, Robert Kennedy Jr., um cético de longa data em relação às vacinas, reformulou o sistema de recomendação de vacinas, Barbosa evitou criticar qualquer país específico. Mas ele enfatizou a importância de informações públicas precisas para garantir que as taxas de vacinação não caiam.
"Precisamos nos ater à ciência e à evidência", disse ele. Por exemplo, ele disse que não há "nenhuma evidência de que exista uma relação entre as vacinas e o autismo", contradizendo uma teoria promovida no passado por céticos em relação às vacinas, incluindo Kennedy.
A Opas, braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, afirma que 95% da população precisa ser vacinada para evitar a disseminação do sarampo, uma infecção viral que causa febre e uma erupção cutânea característica, podendo levar a complicações perigosas.
De acordo com os dados da OMS, 92% da população do Canadá tomou a primeira dose da vacina e apenas 79% tomou a segunda dose, que é necessária para a proteção total.
Houve mais de 5.000 casos de sarampo no Canadá este ano e duas mortes, a mais recente foi a de um bebê recém-nascido em Alberta, anunciada na semana passada. Embora os casos estejam diminuindo, o Canadá tem apenas algumas semanas para mostrar que a transmissão foi completamente interrompida.
Os Estados Unidos e o México também tiveram surtos significativos de sarampo este ano, com milhares de casos e algumas mortes.
A região das Américas só recuperou seu status de livre do sarampo em 2024, depois que um surto no Brasil foi interrompido.
Embora os EUA estejam em processo de saída da OMS, ainda são membros da Opas.
(Reportagem de Jennifer Rigby)