Por Wayne Hester
BIRMINGHAM, Estados Unidos (Reuters) - Cada vez mais vozes por todo o Sul dos Estados Unidos pediram nesta quarta-feira o fim do hasteamento da escravocrata bandeira dos confederados, um movimento crescente que tem provocado novas emoções e tensões em um momento no qual o país volta a discutir suas relações raciais.
O debate ressalta as contínuas divisões sobre a bandeira, vista no Sul como uma fonte de orgulho e relembrança aos soldados confederados mortos na guerra civil. Outros a consideram um símbolo de opressão e dos 11 Estados rebeldes confederados que lutaram para manter a escravidão no país.
Do Alabama ao Mississippi, de Louisiana ao Tennessee e outros Estados além do Sul, políticos se distanciaram de bandeiras e monumentos confederados que relembram os heróis da guerra civil norte-americana (1861-1865).
O governador do Alabama ordenou que a bandeira confederada e três outras flâmulas da Confederação sejam removidas da Assembleia Legislativa em Montgomery, uma cidade historicamente importante no movimento de direitos civis onde Martin Luther King Jr. liderou protestos na década de 1950.
"É a coisa certa a se fazer", disse o governador do Alabama, Robert Bentley.
No Mississippi, o senador Roger Wicker disse que a bandeira de seu Estado, que mostra um emblema confederado no canto superior esquerdo, deveria ser substituída por uma que promova mais união.
O debate tem crescido no Sul do país desde o massacre de nove negros em uma igreja da comunidade negra na Carolina do Sul, na semana passada, por um suspeito branco.
Wicker disse que a bandeira do Mississippi deveria ser colocada em um museu - um comentário que foi ecoado pelo senador Thad Cochran, um republicano do mesmo Estado.
"Nós devemos buscar unidade, e não divisão, nos símbolos de nosso Estado", disse Cochran em comunicado.
O massacre em uma igreja história na Carolina do Sul tem motivado um crescente e emotivo movimento pela erradicação de símbolos da Confederação em espaços públicos, assim como em placas de carros, lojas varejistas e sites de compras na Internet.
(Reportagem adicional de Alex Wilts, em Washington; de Kathy Finn, em New Orleans; de Eric Johnson, em Seattle; de David Adams, em Charleston; de Steve Bittenbender, em Louisville; e de Mary Wisniewski, em Chicago)