BEIRUTE (Reuters) - A Síria vai resistir contra incursões terrestres no seu território e enviar os agressores para casa “em caixões”, disse neste sábado o ministro do Interior do país, em comentário claramente dirigido aos países árabes sunitas que se disseram prontos para se juntar a uma operação desse tipo.
O ministro do Exterior, Walid al-Moualem, também declarou à imprensa que um cessar-fogo no conflito sírio seria praticamente impossível enquanto os rebeldes contrários ao governo do presidente Bashar al-Assad puderem cruzar livremente as fronteiras com a Turquia e a Jordânia.
"Qualquer intervenção terrestre em território sírio sem o acordo do governo sírio é um ato de agressão, e nós lamentamos que aqueles que fizerem isso retornarão aos seus países em caixões”, afirmou ele.
A Arábia Saudita e o Barein, ambos governados por monarquias sunitas, afirmaram nesta semana que estavam prontos para participar de operações terrestres na Síria se a coalizão liderada pelos Estados Unidos lutando contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque decidir iniciar tais operações.
"Eu não acho que eles vão fazer o que eles dizem sobre o uso de forças terrestres, mas ao mesmo tempo, quando eu vejo as decisões malucas feitas não só no Iêmen, mas em outras áreas, nada pode ser descartado”, afirmou Moualem, em referência a campanha militar liderada pelos sauditas contra rebeldes aliados do Irã no Iêmen.
(Reportagem de Mostafa Hashem no Cairo e Lisa Barrington em Beirute)