Por Malena Castaldi
MONTEVIDÉU (Reuters) - O esquerdista Tabaré Vázquez assumiu neste domingo a presidência do Uruguai, no terceiro mandato consecutivo da esquerda e com seu sucessor, José Mujica, deixando a ele o legado de uma economia com temas pendentes como educação, alto déficit fiscal e insegurança.
O reconhecido oncologista de 75 anos, com um estilo cauteloso e que respeita protocolos, foi o primeiro presidente de esquerda no Uruguai, entre 2005 e 2010, e assume o comando do país após uma irreverente gestão de Mujica, o ex-guerrilheiro que viveu mais de uma década na prisão.
Para Vázquez, seu predecessor será "um ponto de referência de primeira ordem". Ele antecipou que dará ênfase à continuidade das políticas sociais que permitiram reduzir a pobreza a uma mínima histórica.
"Há exatamente dez anos, neste mesmo lugar, eu me dirigia à Assembleia Geral do poder Legislativo para assumir a presidência da República Oriental do Uruguai. Hoje a vida me dá uma segunda oportunidade", disse ele na abertura de seu discurso, seguido pelo juramento.
Ao destacar os princípios de independência do país, Vázquez fez referência aos mais desfavorecidos e à integração regional. "Esses valores serão as referências axiológicas que vão inspirar e animarão as políticas e medidas concretas que impulsionaremos no nosso governo."
O ato protocolar que contou com a presença de vários líderes, entre eles a presidente Dilma Rousseff. Os ausentes foram o presidente venezuelano Nicolás Maduro, que cancelou sua viagem de última hora devido à situação política na Venezuela, e o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, devido a uma enfermidade.
Entre os principais desafios de Vázquez está o alto déficit fiscal de 3,3 por cento do Produto Interno Bruto e melhorar uma deteriorada educação, para a qual planeja destinar um orçamento de 6 por cento do PIB.