CABUL (Reuters) - O Taliban assumiu a responsabilidade por um ataque suicida com carro-bomba contra uma delegacia na capital afegã, Cabul, nesta quarta-feira que o governo disse ter matado 14 pessoas e ferido 145.
Não se vê nenhuma diminuição da violência no Afeganistão, apesar de o Taliban e os Estados Unidos parecerem próximos de um pacto histórico para a retirada de tropas norte-americanas em troca de uma promessa do Taliban de que o país não será usado como base para tramar ataques de extremistas.
A explosão, ocorrida no oeste da cidade durante o horário de pico matinal, lançou uma nuvem de fumaça cinza enorme no céu.
O Taliban disse que seus suicidas atacaram um "centro de recrutamento".
"Um grande número de soldados e policiais foi morto ou ferido", disse o Taliban em um comunicado.
O vice-ministro do Interior, Khoshal Sadat, anunciou mais tarde em uma coletiva de imprensa que 14 pessoas morreram e 145 ficaram feridas. Quatro dos mortos eram policiais e o resto civis, e 92 dos feridos são civis, disse.
A bomba detonou quando o veículo que levava o artefato foi parado em um posto de verificação diante da delegacia, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi.
Há mulheres e crianças entre as vítimas, segundo o Ministério da Saúde.
Imagens do local mostraram grandes danos –fachadas de prédios foram devastadas e uma pilha de destroços e veículos se espalhava pela área.
A explosão ocorreu um dia depois de o Taliban pedir um boicote à eleição presidencial de 28 de setembro e ameaçar atacar comícios eleitorais.
Separadamente, forças de segurança realizaram operações em esconderijos de militantes do Estado Islâmico em Cabul de madrugada, matando dois deles e apreendendo uma grande quantidade de explosivos e equipamento para fabricação de bombas, disse o Diretório Nacional de Segurança (NDS).
Três membros das forças de segurança também morreram, disse um porta-voz da agência.
Tanto o enviado de paz dos EUA que lidera as conversas com o Taliban quanto o grupo relataram progressos significativos nas reuniões desta semana no Catar, que visam encerrar a guerra mais longa dos EUA.
Os militantes controlam mais territórios do que em qualquer momento desde que os EUA os tirou do poder à força em 2001, e muitas autoridades de governo temem que sua guerra com o Taliban não termine se as tropas norte-americanas partirem.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou sua intenção de encerrar a guerra.
(Por Orooj Hakimi e Abdul Qadir Sediqi)