Por Jan Lopatka
PRAGA (Reuters) - Cerca de 250 mil tchecos protestaram contra o primeiro-ministro e o presidente do país neste sábado, devido a preocupações de que a dupla esteja afetando a democracia na nação profundamente dividida que comemora o 30º aniversário da Revolução de Veludo, na antigo Tchecoslováquia.
Manifestantes de todo o país, de 10,7 milhões de pessoas, lotaram o parque Letna de Praga, agitando bandeiras tchecas e da União Europeia no local dos maiores comícios de novembro de 1989, quando o domínio comunista na Tchecoslováquia desmoronou pacificamente semanas após a queda do Muro de Berlim.
Muitos na multidão gritaram "estamos aqui", ecoando o grito de 30 anos atrás, durante os protestos que levaram Vaclav Havel ao poder.
Os organizadores querem que o primeiro-ministro Andrej Babis corte os laços com os negócios da Agrofert, que eles dizem representar um conflito de interesses, ou deixe o cargo até o final do ano.
Babis --um empresário bilionário-- disse que resolveu qualquer problema transferindo seus ativos para fundos fiduciários.
“Alguns de nossos políticos não entendem por que estamos aqui. Outros não querem estragar o feriado", disse Benjamin Roll, vice-presidente da Associação dos Milhões de Momentos pela Democracia, que organizou o protesto. "A luta pela liberdade e pela democracia nunca acaba."
Entre os que discursaram na manifestação estavam ex-dissidentes que falaram nos comícios de 1989, e disseram que Babis e o presidente Milos Zeman não estavam aptos para o cargo. A polícia estimou a multidão em 200 mil, enquanto os organizadores afirmaram que 250 mil compareceram.