RUTHERFORD, California, March 27 (Reuters) - O chefe da diretoria de segurança cibernética da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira que o TikTok representa uma "questão estratégica" em vez de uma ameaça "tática" imediata aos Estados Unidos.
Falando em uma conferência política no norte da Califórnia, Rob Joyce, diretor de segurança cibernética da agência de espionagem, reiterou a posição anterior da agência de que o aplicativo de rede social de propriedade chinesa é semelhante a uma "arma carregada" que o governo chinês poderia usar para influenciar que tipo de informações os norte-americanos vêem.
"Por que você traria o cavalo de Tróia para dentro da fortaleza?" Joyce disse na conferência.
Joyce disse que a China poderia usar sua influência no TikTok para suprimir informações que possam fazer o país parecer ruim para os norte-americanos.
Seus comentários ecoam os avisos anteriores do diretor do FBI, Christopher Wray, e do diretor da Agência de Segurança Nacional, Paul Nakasone, que disseram aos parlamentares dos EUA que o TikTok poderia ser usado para realizar campanhas de influência abrangentes.
O presidente dos EUA, Joe Biden, sinalizou seu apoio ao projeto de lei apresentado por senadores que lhe daria o poder de proibir o TikTok e outras tecnologias estrangeiras caso elas representem um risco à segurança nacional.
Na semana passada, membros da Câmara dos Deputados dos EUA interrogaram o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, sobre as práticas de manipulação de dados do aplicativo, refletindo uma crescente preocupação bipartidária com os 150 milhões de usuários do aplicativo nos EUA. Durante o depoimento, Chew negou por repetidas vezes que o aplicativo compartilhe dados ou tenha conexões com o Partido Comunista chinês.
(Reportagem de Stephen Nellis em Rutherford, Califórnia)