Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Todos os lados do conflito cada vez mais profundo no norte da Etiópia estão cometendo violações graves dos direitos humanos e deveriam encerrar sua guerra de um ano, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira.
Estima-se que entre 5 mil e 7 mil pessoas estão detidas, incluindo nove funcionários da ONU, sob um estado de emergência e sua "cláusula excessivamente abrangente" declarado pelo governo no mês passado, disse a Vice-Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Nada al-Nashif.
"Muitos detidos estão incomunicáveis ou em locais desconhecidos. Isto equivale a desaparecimento forçado e é um motivo de preocupação muito grande", disse ela em uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O embaixador da Etiópia na ONU em Genebra, Zenebe Kebede, não comentou diretamente as acusações de detenções, mas disse que existe um erro em criticar o que disse ser uma série de abusos de forças rebeldes de Tigré, uma região do norte de seu país.
"A Etiópia está sendo alvo de exceção no Conselho de Direitos Humanos por defender um governo eleito democraticamente, a paz e o futuro de seu povo", disse.
Milhares de civis já morreram e milhões fugiram em meio ao conflito entre o governo federal e forças rebeldes leais à Frente Popular de Libertação do Tigré (TPLF), que dominou a coalizão governista etíope durante quase 30 anos.
Al-Nashif disse que pessoas foram detidas nas regiões de Oromiya e Benishangul-Gumuz neste mês.