SÃO PAULO (Reuters) - O ministro Jorge Mussi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aceitou analisar uma ação movida pela campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) contra o candidato derrotado do PT, Fernando Haddad, e sua candidata a vice, Manuela D'Ávila (PCdoB), por conta do que a campanha do capitão da reserva afirma serem "showmícios" feitos pelo cantor e compositor inglês Roger Waters em favor do petista.
Em seu despacho, Mussi excluiu da ação a coligação encabeçada por Haddad, mas aceitou analisar as acusações da campanha de Bolsonaro de que a passagem da turnê mundial de Waters pelo Brasil visou beneficiar a candidatura de Haddad e implicou em caixa dois de campanha e financiamento empresarial, o que é proibido por lei.
Sobre o mérito da ação, a campanha de Bolsonaro pede para que sejam cassados os registros das candidaturas de Haddad e Manuela e que ambos fiquem inelegíveis por oito anos. Esses pedidos ainda serão analisados por Mussi e pelo TSE durante o julgamento da ação.
Os shows de Waters, internacionalmente conhecido por seu ativismo político, geraram polêmica ao ele usar a frase "#EleNão" em um telão, numa referência ao slogan usado contra Bolsonaro na campanha, e ao relacionar o capitão da reserva ao que chama de "neofascismo", pedindo que a plateia resista a este movimento.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo) 2018-10-30T003935Z_1_LYNXNPEE9T01U_RTROPTP_1_POLITICA-ELEICAO-WATERS-TSE.JPG