AMSTERDÃ, Holanda (Reuters) - Um tribunal da Holanda impediu nesta terça-feira a extradição de um homem acusado de ter lutado contra tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, afirmando não ser possível descartar que a Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA, na sigla em inglês) tenha se envolvido em sua tortura depois de ele ter sido preso no Paquistão.
Documentos da corte holandesa mostraram que o suspeito, um homem com dupla cidadania holandesa e paquistanesa chamado Sabir Khan, foi torturado depois de sua detenção pelo ISI, o serviço de segurança paquistanês.
Ele enfrenta acusações em Nova York de conspiração para cometer assassinato e de apoio à Al Qaeda.
O tribunal disse que a Holanda não pode transferi-lo porque as leis holandesa e internacional proíbem a extradição de vítimas de tortura para países que tiveram um papel no abuso.
Em uma carta enviada a autoridades holandesas em outubro, Washington negou o envolvimento norte-americano em sua prisão, mas a corte holandesa declarou não estar convencida de que a CIA não esteve implicada em sua detenção.
O advogado de Khan, Andre Seebregts, disse que a CIA teria sido responsável pela tortura de Khan se tivesse pedido ao ISI que o detivesse.
Ainda cabe recurso sobre a decisão da corte.
(Por Thomas Escritt) OLBRWORLD Reuters Brazil Online Report World News 20150120T130228+0000