LONDRES (Reuters) - Uma mulher russa que denunciou a guerra na Ucrânia durante um boletim de notícias ao vivo na televisão estatal foi multada em 30.000 rublos (280 dólares) nesta terça-feira, afirmou um tribunal, após o Kremlin denunciar seu ato de protesto como "vandalismo".
Marina Ovsyannikova, funcionária do Channel One, foi considerada culpada de desrespeitar leis de protestos, afirmou o tribunal. Não ficou imediatamente claro se ela enfrentará outras e mais sérias acusações. Seu advogado não estava disponível para comentários em um primeiro momento.
Ovsyannikova realizou um ato de dissidência na segunda-feira ao segurar um cartaz anti-guerra atrás da apresentadora que lia as notícias no Channel One e gritou frases que condenam a invasão da Rússia à Ucrânia em 24 de fevereiro.
O cartaz, em inglês e russo, dizia: "SEM GUERRA. Pare a guerra. Não acredite em propaganda. Estão mentindo para você aqui".
A TV estatal, que carrega a narrativa do Kremlin às moradias russas em 11 fuso horários, retrata a invasão como uma "operação militar especial", passando por cima de crises humanitárias, danos às cidades e a contagem de mortos cada vez maior.
Após a audiência judicial, Ovsyannikova disse a repórteres que estava exausta, que havia sido interrogada por mais de 14 horas, sem permissão para conversar com seus parentes, e não havia recebido auxílio legal. Ela disse que precisava descansar antes de fazer mais comentários.
(Reportagem da Reuters)