Por Chayut Setboonsarng e Panu Wongcha-um
BANGCOC (Reuters) - A Corte Constitucional da Tailândia ordenou nesta quarta-feira a dissolução do partido de oposição anti-establishment Move Forward, determinando que sua campanha para alterar uma lei que protege a monarquia de críticas poderia minar o sistema democrático.
A dissolução do Move Forward, que conquistou o maior número de assentos na eleição de 2023, marcou o mais recente revés para importantes partidos políticos da Tailândia, que estão envolvidos em uma batalha de duas décadas pelo poder contra conservadores influentes, famílias endinheiradas e militares monarquistas.
Embora a dissolução possa enfurecer milhões de eleitores jovens e urbanos que apoiaram o Move Forward e sua agenda progressista, o impacto da decisão pode ser mínimo, já que apenas 11 autoridades do partido receberam proibições políticas de 10 anos como resultado.
Horas após a decisão, os líderes do Move Forward anunciaram que os 143 parlamentares sobreviventes formariam um novo partido na sexta-feira, como fizeram em 2020, quando o antecessor Future Forward foi dissolvido devido a uma violação de financiamento de campanha.
A vice-líder Sirikanya Tansakul disse que a nova legenda, que seria o maior partido no Parlamento, assumiria a mesma ideologia central e não negligenciaria suas promessas ao eleitorado.
"Não abandonaremos nosso sonho, nossa missão e dever que nos foi confiado", afirmou ela.
"Enquanto as pessoas estiverem ao nosso lado e nos apoiarem para mudar este país, continuaremos avançando."
Os Estados Unidos, importante aliado tailandês, expressaram profunda preocupação com a decisão da Corte Constitucional, que, segundo eles, privou milhões de eleitores de seus direitos, instando-os a garantir a participação política inclusiva.