GAZA (Reuters) - Tropas de Israel mataram dois palestinos e feriram dezenas de outros que participavam de protestos semanais na fronteira com Gaza nesta sexta-feira, disseram médicos, enquanto mediadores egípcios tentavam fechar um acordo de trégua que acalmaria o enclave.
Após uma intensificação de quase quatro meses nos confrontos, nesta semana Israel relaxou seu controle sobre a divisa com a Faixa de Gaza e as águas usadas para pesca. O Cairo disse estar finalizando os detalhes de uma acomodação de mais longo prazo entre Israel e o grupo islâmico palestino dominante Hamas.
Cerca de 20 mil pessoas se envolveram nos protestos desta sexta-feira, que ocorreram a algumas centenas de metros da cerca, mas dezenas chegaram mais perto e algumas lançaram pneus em chamas, disseram testemunhas.
Segundo médicos, disparos israelenses mataram dois homens e feriram ao menos outros 270 palestinos, 50 deles com munição letal.
A porta-voz do Exército de Israel disse que os soldados reagiram com "meios de dispersão de tumultos" para evitar invasões na fronteira.
As mortes desta sexta-feira elevaram para 170 o número de palestinos mortos por forças israelenses desde que as manifestações semanais começaram, em 30 de março. A campanha pede a devolução de terras que os palestinos perderam para Israel na guerra de fundação do Estado judeu, em 1948, e o fim do bloqueio israelo-egípcio a Gaza.
A revolta em Gaza também foi atiçada por cortes no financiamento do governo do presidente palestino, Mahmoud Abbas, que tem apoio do Ocidente, controla a Cisjordânia e é rival do Hamas, que comanda Gaza. Seus esforços para chegar a um acordo de partilha de poder com mediação do Egito não deram frutos.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES