Por Joel Schectman
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou encerrar os pagamentos do governo às seguradoras de saúde se o Congresso não aprovar uma nova legislação do setor, e orientou os parlamentares a não abandonarem sua busca de sete anos para derrubar a legislação do ex-presidente Barack Obama.
Em uma mensagem do Twitter no sábado, Trump disse que "se um novo projeto de lei da saúde não for aprovado rapidamente, subsídios para seguradoras e subsídios para membros do Congresso terminarão em breve".
O tuíte foi publicado um dia depois de os republicanos do Senado não conseguirem reunir votos suficientes para revogar partes da Lei de Cuidados Acessíveis, a legislação do sistema de saúde que é uma marca da administração Obama, conhecida como Obamacare.
A primeira parte do tuíte da Trump parece referir-se aos aproximadamente 8 bilhões de dólares em subsídios de redução de custos compartilhados que o governo federal paga às seguradoras para baixar o preço da cobertura de saúde para norte-americanos de baixa renda.
A segunda parte parece ser uma ameaça de acabar com a contribuição do empregador para os membros do Congresso e seus funcionários, que foram transferidos do programa normal de benefícios de saúde dos funcionários federais para convênios de saúde do Obamacare como parte da legislação de 2010.
Trump já ameaçou suspender os pagamentos às seguradoras, que são determinados pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Em abril, ele ameaçou acabar com os pagamentos se os democratas se recusassem a negociar o projeto de lei.
Trump instou mais tarde os republicanos do Senado a tentar uma nova votação da reforma da saúde. O Senado está em sessão por mais uma semana antes do início programado para um recesso de agosto.
"Exijam uma nova votação antes de votar qualquer outro projeto de lei!", disse pelo Twitter.
Muitas seguradoras aguardam um posicionamento de Trump ou dos legisladores se subsídios governamentais anuais vão continuar. Sem garantias, muitos planejam aumentar as taxas em 20 por cento a partir de 16 de agosto.
Com a confusão nos esforços republicanos para acabar com a Obamacare, centenas de municípios dos EUA correm o risco de perder acesso à cobertura de saúde privada em 2018, já que as seguradoras consideram se retirar desses mercados.
(Reportagem adicional de David Lawder em Washington)