Por Steve Holland e Phil Stewart
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai declarar que a China e a Rússia são competidores tentando desafiar o poder dos EUA e erodir sua segurança e prosperidade em uma estratégia de segurança nacional que explicará em um discurso nesta segunda-feira.
"Eles estão determinados a tornar as economias menos livres e menos justas, e a controlar informações e dados para reprimir suas sociedades e ampliar sua influência", de acordo com trechos da estratégia divulgados pela Casa Branca.
A estratégia, produto de meses de deliberações do presidente e seus principais conselheiros, não repete a descrição da mudança climática como uma ameaça à segurança nacional dos EUA, feita pelo ex-presidente Barack Obama em 2016, disseram assessores.
Trump prometeu retirar os EUA do acordo climático de Paris a menos que este sofra mudanças. "Os Estados Unidos continuarão a levar adiante uma abordagem que equilibra segurança energética, desenvolvimento econômico e proteção ambiental", dirá o documento.
O enfoque de segurança nacional de Trump reflete as prioridades de seu slogan "A América Primeiro" –proteger o território nacional e suas fronteiras, reformar os militares, projetar força no exterior e buscar políticas comerciais mais favoráveis aos EUA.
Ter destacado China e Rússia como "potências revisionistas" no documento reflete a cautela do governo Trump com ambas, apesar das tentativas do próprio presidente de desenvolver relacionamentos fortes com seu colega chinês, Xi Jinping, e russo, Vladimir Putin.
Um funcionário de alto escalão que inteirou os repórteres disse que Rússia e China estão tentando revisar o status quo global –Moscou na Europa, por meio de suas incursões militares na Ucrânia e na Geórgia, e Pequim na Ásia com sua postura agressiva no Mar do Sul da China.
A estratégia prometerá proteger a infraestrutura crítica dos EUA de invasões cibernéticas e "ir atrás de atores cibernéticos mal intencionados". Tanto a China quanto a Rússia são acusadas com frequência de ataques cibernéticos contra alvos norte-americanos, alegações que negam.
Trump vem trabalhando com Xi para pressionar a Coreia do Norte devido aos seus programas nuclear e de mísseis balísticos, mas obteve pouco progresso em sua promessa de negociar termos mais favoráveis aos EUA de forma a reduzir um déficit comercial que chegou a 347 bilhões de dólares em 2016.
No domingo Putin ligou a Trump para lhe agradecer por ter fornecido informações de inteligência que ajudaram a evitar um ataque com bomba potencialmente fatal em São Petersburgo.