Por Gram Slattery
WASHINGTON (Reuters) - O ex-presidente Donald Trump culpou nesta quinta-feira o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy por ajudar a iniciar a guerra de seu país com a Rússia, comentário que sugere ainda mais que Trump provavelmente mudará radicalmente a política dos EUA em relação à Ucrânia se vencer a eleição de 5 de novembro.
O ex-presidente republicano tem criticado Zelenskiy com frequência durante a campanha, chamando-o repetidamente de "o maior vendedor da Terra" por ter solicitado e recebido bilhões de dólares de ajuda militar dos EUA desde o início da guerra em 2022.
Trump também criticou o líder ucraniano por não buscar a paz com Moscou e sugeriu que a Ucrânia pode ter que ceder algumas de suas terras à Rússia para fazer um acordo de paz, concessão que Kiev considera inaceitável.
Os comentários de Trump no PBD Podcast desta quinta-feira com Patrick Bet-David são um tom acima em relação às críticas anteriores. Ele disse que Zelenskiy é o culpado não apenas por não ter conseguido acabar com a guerra, mas por ter ajudado a iniciá-la, embora o conflito tenha começado quando a Rússia invadiu o território soberano da Ucrânia.
"Isso não significa que eu não queira ajudá-lo, pois tenho muita pena dessas pessoas. Mas ele nunca deveria ter deixado a guerra começar. A guerra é uma derrota", disse Trump.
Zelenskiy apresentou seu "plano de vitória" para acabar com a guerra a Trump durante uma reunião em Nova York em setembro, encontro que ambos descreveram como cordial.
Os comentários públicos de Trump, entretanto, sugerem que ele pode tentar reduzir a ajuda à Ucrânia se derrotar a vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata, em 5 de novembro.
Ele já disse diversas vezes que poderia encerrar o conflito antes de assumir o cargo em janeiro, mas não disse como.
Harris se comprometeu a continuar apoiando a Ucrânia e retratou a vitória da nação do leste europeu como um interesse vital da segurança nacional dos EUA. Ela frequentemente repreende Trump por não estar disposto a enfrentar o presidente russo Vladimir Putin.
(Reportagem de Gram Slattery)