Trump diz a presidente Sisi que EUA e Egito lutarão juntos contra militantes islâmicos

Publicado 03.04.2017, 18:57
Atualizado 03.04.2017, 19:00
© Reuters. Trump recebe Sisi na Casa Branca

Por Steve Holland

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, buscou reiniciar nesta segunda-feira as relações dos EUA com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, após laços estremecidos durante o governo Obama, dando a ele firme apoio e prometendo trabalhar junto com o Egito na luta contra militantes islâmicos.

“Quero que todos saibam, caso haja qualquer dúvida, que estamos apoiando o presidente Sisi. Ele fez um trabalho fantástico em uma situação muito difícil. Estamos apoiando o Egito e o povo do Egito”, disse Trump em encontro no Salão Oval com o líder egípcio.

A viagem foi a primeira visita oficial de Sisi aos EUA desde que foi eleito, em 2014. O antecessor de Trump, Barack Obama, nunca realizou convite.

Obama congelou auxílio ao Egito por dois anos, após Sisi, então um general, derrubar o presidente Mohamed Mursi em meados de 2013 após protestos em massa contra o governo de Mursi. Mursi, membro da Irmandade Muçulmana, havia sido eleito no ano anterior.

O encontro particular entre Trump e Sisi, seguido por um encontro separado com principais assessores, mostrou o quão intencionado o novo presidente dos EUA está em retomar relações bilaterais e construir uma forte ligação que os dois presidentes estabeleceram quando se encontraram pela primeira vez em setembro em Nova York.

"Gostaria de dizer, Sr. Presidente, que você tem um grande amigo e aliado nos Estados Unidos, e em mim”, disse Trump.

Sisi então afirmou apreciar que Trump está “se mantendo muito forte... para conter esta ideologia do mal”.

Embora Trump tenha destacado que os EUA e Egito “possuem umas poucas coisas” nas quais não concordam, ele não fez comentários públicos sobre preocupações norte-americanas sobre direitos humanos no Egito.

© Reuters. Trump recebe Sisi na Casa Branca

Grupos de direitos humanos pediram a libertação de Aya Hijazi, egípcia-americana que trabalha com crianças de rua e que foi presa em maio de 2014 por acusações de tráfico de pessoas.

Aya foi mantida sob custódia por 33 meses, em violação à lei egípcia, que indica que o período máximo para detenção antes de julgamento é de 24 meses.

Grupos de direitos humanos estimam que o governo de Sisi tenha detido ao menos 40 mil prisioneiros políticos.

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