Por Marwa Rashad e Stephen Kalin
RIAD (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar o Irã, no domingo, alertando que um conflito seria o "fim oficial" da República Islâmica, e a Arábia Saudita alertou que está pronta para reagir com "força total" e disse que depende de Teerã Irã evitar uma guerra.
A escalada retórica vem na esteira dos ataques da semana passada à infraestrutura petrolífera saudita e ao disparo de um foguete na "Zona Verde" altamente fortificada de Bagdá no domingo, que explodiu perto da embaixada dos EUA.
"Se o Irã quiser lutar, esse será o fim oficial do Irã. Nunca mais ameacem os Estados Unidos!", disse Trump em publicação no Twitter, sem dar detalhes.
Uma autoridade do Departamento de Estado dos EUA disse que o ataque com foguete em Bagdá não atingiu instalações ocupadas por norte-americanos nem provocou baixas ou danos significativos. Ninguém assumiu a responsabilidade, mas Washington está levando o incidente "muito a sério".
"Deixamos claro ao longos das últimas duas semanas e voltamos a sublinhar que ataques contra pessoal e instalações dos EUA não serão tolerados e serão respondidos de maneira decisiva", disse o funcionário em um comunicado por email.
"Responsabilizaremos o Irã se tais ataques forem realizados por suas forças militares por procuração ou elementos de tais forças, e reagiremos ao Irã de acordo".
Riad, que enfatizou não querer uma guerra, acusa Teerã de ter ordenado o ataque de drone contra duas estações de bombeamento de petróleo do reino na terça-feira, que foi reivindicado pelo grupo houthi, aliado dos iranianos no Iêmen. Dois dias depois, quatro embarcações, incluindo dois navios-tanques sauditas, foram sabotados no litoral dos Emirados Árabes Unidos.
Em resposta, países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) adotaram "patrulhas de segurança reforçadas" nas águas internacionais da área do Golfo Pérsico no sábado, informou a Quinta Frota da Marinha dos EUA, estacionada no Barein, no domingo.
O Irã nega envolvimento nos dois incidentes, que ocorreram no momento em que Washington e a República Islâmica discutem as sanções e a presença militar dos EUA na região, provocando temores de um possível conflito EUA-Irã.
"O reino da Arábia Saudita não quer uma guerra na região, nem a busca", disse o ministro de Estado para as Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, em uma coletiva de imprensa no domingo.
(Reportagem adicional de Lisa Barrington, em Dubai; Nandita Bose, em Wahsington; Ali Abdelaty, no Cairo; e Babak Dehghanpisheh, em Genebra)