Por Steve Holland e Dan Whitcomb
GREENSBORO/LOS ANGELES (Reuters) - O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que as alegações de má conduta sexual contra ele são parte de uma conspiração para desacreditá-lo e chamou as acusadoras de mentirosas, depois que mais duas mulheres alegaram ter sido apalpadas pelo empresário.
As acusações - incluindo a de uma competidora de seu reality show "O Aprendiz" - coincidiram com o lançamento, nesta sexta, de uma pesquisa Reuters/Ipsos, feita de 7 a 13 de outubro, mostrando a democrata Hillary Clinton com 7 pontos percentuais à frente de seu rival para a eleição de 8 de novembro.
Summer Zervos, que competiu na quinta temporada do programa de televisão em 2006, concedeu uma entrevista coletiva com a advogada de celebridades Gloria Allred, em Los Angeles, dizendo que Trump a beijou, tocou seu peito e tentou levá-la para se deitar numa cama com ele durante uma reunião em 2007 sobre um possível emprego.
"Ele me agarrou e eu tentei afastá-lo. Eu empurrei o peito dele para colocar espaço entre nós e disse para ele cair na real. Ele repetiu as minhas palavras, 'caia na real', enquanto começou a pressionar com seus órgãos genitais", disse Zervos.
Zervos afirmou que achava que Trump iria levá-la para jantar para discutir um emprego, mas a reunião aconteceu em seu bangalô no Hotel Beverly Hills, onde mais tarde ele pediu um sanduíche para os dois.
"Fiquei pensando se o comportamento sexual era algum tipo de teste e se eu tinha passado ou não", rejeitando-o, ela disse, mas Trump depois ofereceu-lhe um emprego em um campo de golfe por metade do salário que ela tinha pedido.
Trump divulgou um comunicado negando as alegações.
"Lembro-me vagamente da senhora Zervos como uma das muitas concorrentes em 'O Aprendiz' ao longo dos anos. Para ser claro, eu nunca a encontrei em um hotel ou a saudei de maneira inadequada uma década atrás", disse Trump. "Isso não é quem eu sou como pessoa, e não é como eu tenho conduzido a minha vida."
Separadamente, o Washington Post publicou uma entrevista com uma mulher que disse que Trump colocou a mão por dentro de sua saia em um clube noturno de Nova York lotado no início dos anos 1990, em um avanço indesejado.
"Ele chegou a tocar minha vagina através da calcinha, com certeza", relatou Kristin Anderson em uma entrevista em vídeo no site do jornal. "Não houve um incentivo sexual. Não sei por que ele o fez. Foi como se fosse só para provar que era capaz", disse ela.
Em um comício nesta sexta-feira Trump se referiu raivosamente às alegações que várias mulheres fizeram sobre ele nos últimos dias, chamando-as de "doentes" e dizendo que as acusações foram fabricadas.
"Eu não sei quem são essas pessoas. Eu olho na televisão, eu acho que é uma coisa repugnante e está sendo empurrada, elas não têm testemunhas, não há ninguém por perto", disse Trump no comício em Greensboro, na Carolina do Norte. "Algumas estão fazendo isso por, provavelmente, um pouco de fama."
A campanha de Trump pela Casa Branca vem lutando para se recuperar da divulgação de um vídeo de 2005 no qual ele se vangloria de apalpar mulheres e fazer insinuações sexuais indesejadas.
Embora o empresário tenha dito que o vídeo era só falatório e que jamais se comportou dessa maneira, subsequentemente várias mulheres foram a público com alegações de má conduta sexual contra o magnata do setor imobiliário de Nova York que datam de três décadas.
O vice-candidato presidencial republicano, Mike Pence, defendeu vigorosamente o cabeça de chapa.
"Fiquem ligados. Sei que há mais informações que virão à tona que irão sustentar sua afirmação de que tudo isso é categoricamente falso", disse Pence em uma entrevista ao programa "This Morning", da rede CBS.