Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alvo de uma investigação sobre os supostos laços de sua campanha com a Rússia e que enfrenta dificuldade para convencer a população de suas habilidades como líder, assumirá o mérito das conquistas econômicas do país no último ano em discurso ao Congresso na noite desta terça-feira.
Com a aproximação de um prazo para decidir uma polêmica em relação à política imigratória que enfrenta forte oposição dos democratas, Trump também pedirá um compromisso bipartidário sobre o tema, algo que não obteve ao longo de seu primeiro e turbulento ano no cargo, marcado por batalhas partidárias.
Assessores disseram que o presidente republicano usará o pronunciamento televisionado para assumir o mérito dos avanços vistos na economia desde que tomou posse e louvar os benefícios de uma reforma tributária aprovada pelo Congresso de maioria republicana em dezembro, em sua primeira grande vitória legislativa.
Mas o clima na Câmara dos Deputados, onde Trump discursará, pode ficar tenso. Vários parlamentares democratas disseram que boicotarão o evento, e algumas integrantes do partido de oposição que comparecerão pretendem se vestir de preto em apoio ao movimento #MeToo (Eu Também), que combate o assédio sexual.
Republicanos e democratas vêm se mostrando profundamente divididos quanto à imigração. Os parlamentares têm até o dia 8 de fevereiro para tentar chegar a um acordo sobre o tema e aprovar uma nova medida orçamentária para evitar uma segunda paralisação do governo.
Para atrair votos democratas para um pacto de imigração, Trump disse estar aberto à ideia de permitir que os "Sonhadores", os imigrantes levados ao país ilegalmente na infância, permaneçam nos EUA.
Em troca, ele exigiu o financiamento de um muro na fronteira com o México e medidas para conter o patrocínio familiar a imigrantes, propostas que não conquistaram os democratas no passado.
O senador Dick Durbin, o segundo democrata mais graduado do Senado, disse que até agora os dois lados fizeram pouco progresso no esforço de superar as diferenças quanto à imigração.
"Não concordamos em nada. Estamos no mesmo lugar de antes, mas havia uma sensação de urgência".
Trump ainda divulgará um plano de 1,7 trilhão de dólares para reconstruir as estradas envelhecidas do país e outros elementos da infraestrutura, mas não deve dar muitos detalhes.
(Reportagem adicional de Richard Cowan, Susan Cornwell e Roberta Rampton)