Por Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse durante seu discurso ao Congresso na noite de terça-feira que deseja estender uma "mão aberta" para trabalhar com os dois partidos em temas como imigração, mas passou a maior parte do pronunciamento encarando republicanos e mal olhou para os democratas.
No plenário da Câmara dos Deputados onde Trump fez seu primeiro discurso do Estado da União, os republicanos, que se sentaram à esquerda, mostraram entusiasmo enquanto o presidente defendia os cortes de impostos e se vangloriava do desempenho da economia.
Do lado republicano do salão, Trump foi aplaudido de pé cerca de 70 vezes, mas os democratas, sentados à direita, ficaram em silêncio na maior parte do tempo. Muitos se vestiram de preto, uma expressão de solidariedade às vítimas de má conduta sexual que aumentou o clima fúnebre de seu lado do salão.
Diante de tal ambiente do lado democrata durante os momentos iniciais de seu discurso, Trump se voltou para seus colegas republicanos e concentrou neles quase toda sua atenção.
Se o povo norte-americano está profundamente dividido, como ilustrado pela eleição presidencial de 2016, o Congresso também esteve na noite de terça-feira quanto a temas como impostos, saúde e raça.
Democratas vaiaram e assobiaram quando Trump prometeu limitar o poder dado aos imigrantes para patrocinar a ida de familiares e irmãos para os EUA.
Já os republicanos vibraram quando seu líder declarou estar conseguindo enfraquecer o Obamacare, a lei de saúde promulgada pelo presidente Barack Obama.
Outras partes do discurso que foram populares junto aos republicanos foram sua discussão sobre cortes de impostos, a bandeira norte-americana, Deus e a exploração do "lindo carvão limpo".