Por Susan Cornwell e Roberta Rampton
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que está disposto a paralisar o governo dos EUA por questões de segurança fronteiriça, revertendo uma postura que assumiu um dia antes.
Trump fez seus comentários durante encontro com líderes congressionais republicanos na Casa Branca sobre a agenda do Legislativo para os próximos meses, incluindo a extensão de fundos governamentais após um prazo de 30 de setembro.
Ele disse que o Congresso está fazendo “tremendo progresso” em financiamentos, mas que deseja cumprir uma promessa de financiar segurança na fronteira. Trump tem repetidamente ameaçado não assinar legislação de financiamento se o Congresso fracassar em incluir dinheiro suficiente para um muro na fronteira com o México.
Trump reiterou a ameaça nesta quarta-feira. Respondendo a uma pergunta de um repórter sobre uma possível paralisação, ele disse: “Se isto acontecer, acontece. Se é sobre segurança fronteiriça, estou disposto a fazer tudo. Nós temos que proteger nossas fronteiras”.
Sua postura contradiz uma entrevista que deu ao Daily Caller na terça-feira, quando disse: “Eu não gosto da ideia de paralisações”.
“Eu não vejo nem eu nem ninguém paralisando o país agora”, disse segundo a publicação.
“SEM DRAMA”
Parlamentares republicanos haviam elogiado o distanciamento de Trump de uma possível paralisação do governo, dizendo que líderes partidários não querem “drama” antes da eleição de 6 de novembro para decidir se colegas conservadores mantêm controle do Congresso.
Republicanos da Câmara dos Deputados, que deixavam um encontro partidário a portas fechadas no Capitólio antes de Trump fazer seus comentários, disseram que a mensagem da liderança tinha objetivo de evitar qualquer crise antes da eleição, uma abordagem ecoada por diversos senadores republicanos.
O presidente do Freedom Caucus, Mark Meadows, um deputado republicano que possui relações próximas com o governo, disse não esperar que o governo federal seja paralisado e que qualquer decisão sobre a controversa questão de financiamento de segurança fronteiriça provavelmente será adiada.
“Eu não espero uma paralisação ... antes de novembro. Eu não espero uma paralisação após novembro. Acredito que nós estamos trabalhando em direção à tentativa de encontrar medidas de segurança fronteiriça que funcionem, esperançosamente no primeiro trimestre do ano que vem”, disse Meadows a repórteres.
“Fomos informados para não ter drama”, disse o deputado Thomas Massie, um conservador do Kentucky, após o encontro a portas fechadas.