Por Yeganeh Torbati e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou nesta quarta-feira o ataque fatal com uma caminhonete em Nova York para reforçar seu pedido por medidas de imigração mais rígidas para prevenir terrorismo, pedindo ao Congresso para acabar com o programa de vistos sob o qual o suspeito imigrante uzbeque entrou nos EUA.
Trump também disse que irá considerar enviar o suspeito, identificado por autoridades como Sayfullo Saipov, para a prisão militar na base naval norte-americana na Baía de Guantánamo, Cuba, que seu antecessor democrata Barack Obama tentou, mas fracassou em fechar.
O presidente republicano tentou colocar parte da culpa pelo ataque no líder democrata no Senado, Chuck Schumer, que respondeu Trump em discurso no Senado dizendo que o presidente deveria parar de “politizar e dividir a América” em momentos de tragédia nacional.
O Departamento de Segurança Nacional informou que Saipov entrou nos Estados Unidos em 2010 através do chamado programa de diversidade de vistos, feito para fornecer um caminho à residência nos EUA para países com taxas de imigração historicamente baixas para os EUA.
Autoridades disseram que Saipov dirigiu uma caminhonete alugada por uma ciclovia em Manhattan, matando oito pessoas, e classificaram o ato como um ataque terrorista. A polícia atirou e feriu Saipov antes de prendê-lo.
Trump chamou o suspeito de “este animal”.
Trump reforçou o que foi sua posição como candidato à Casa Branca e como presidente – que leis mais rígidas de imigração devem ser uma primeira linha de defesa contra tais ataques.
“Eu vou pedir ao Congresso para iniciar imediatamente trabalhos para se livrar deste programa”, disse Trump a repórteres na Casa Branca.
“Temos que ficar muito mais fortes”, disse. “Nós temos que ficar muito mais inteligentes. E nós precisamos ficar muito menos politicamente corretos. Nós somos tão politicamente corretos que estamos com medo de fazer qualquer coisa”.
Schumer ajudou a criar o programa de diversidade de vistos em 1990 quando era membro da Câmara dos Deputados, mas também foi membro de um grupo de parlamentares que elaborou um projeto bipartidário de lei de imigração em 2013 que iria eliminar o programa. O projeto de lei foi aprovado pelo Senado, mas rejeitado pela Câmara, liderada pelo Partido Republicano.
O programa, através de um sistema de loteria, seleciona até 50 mil pessoas por ano para receberem vistos norte-americanos e eventualmente residência permanente nos Estados Unidos. Os selecionados passam por checagens de segurança norte-americanas antes de poderem entrar no país.
O programa tem sido criticado como sendo vulnerável a fraudes e porque pode permitir entrada de imigrantes com baixas qualificações sem conexão com os EUA.