Por Lesley Wroughton
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu na terça-feira proteger as propriedades intelectuais norte-americanas, mas quase sem mencionar a China, que seu governo acusa de abusos comerciais, em seu primeiro discurso do Estado da União ao Congresso.
Esperava-se que Trump fizesse alertas severos a outros países quanto a práticas comerciais injustas, inclusive o roubo de propriedade intelectual e o subsídio estatal.
Em vez disso, seus comentários sobre comércio durante o discurso se limitaram a várias frases que omitiram a China, e nas quais ele reforçou a necessidade de um comércio "justo e recíproco".
"Trabalharemos para consertar acordos comerciais ruins e negociar acordos novos", disse Trump, acrescentando: "Protegeremos os trabalhadores americanos e a propriedade intelectual americana por meio da aplicação forte de nossas regras comerciais".
Trump já ameaçou retirar os EUA do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta) com o Canadá e o México e do Acordo de Livre Comércio EUA-Coreia do Sul a menos que eles fortaleçam a manufatura e os empregos dos EUA.
Na semana passada, ele impôs tarifas a máquinas de lavar e painéis solares importados, suas primeiras grandes ações comerciais desde que retirou os EUA da Parceria Transpacífica (TPP) poucas semanas depois de tomar posse no ano passado.
Trump está cogitando amplas tarifas ou cotas sobre o aço e o alumínio, uma vez que o Departamento de Comércio está investigando se as importações dos dois produtos representam uma ameaça à segurança nacional.
Em seu pronunciamento, Trump se referiu brevemente à China como um dos "rivais" que desafiam os interesses, os valores e a economia dos EUA, levando o Ministério das Relações Exteriores chinês a dizer que Washington deveria "abandonar sua mentalidade da Guerra Fria e suas ideias ultrapassadas de jogo de soma zero".
"A China e os Estados Unidos têm interesses conjuntos amplos e importantes", disse a porta-voz da chancelaria chinesa Hua Chunying em um boletim à imprensa nesta quarta-feira a respeito dos comentários de Trump, acrescentando que estes interesses são maiores do que as diferenças dos dois países.