Por Steve Holland e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou a credencial de segurança do ex-diretor da CIA John Brennan nesta quarta-feira, acusando Brennan de usar seu acesso a informações confidenciais para "semear divisão e caos" sobre o governo Trump.
Em comunicado lido pela secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, Trump também anunciou que está revisando as habilitações de segurança de vários outros ex-funcionários do governo, incluindo o ex-diretor de inteligência nacional James Clapper, o ex-diretor do FBI James Comey, a ex-conselheira de segurança nacional de Obama Susan Rice, o ex-diretor da Agência de Segurança Nacional Michael Hayden e a ex-vice-secretária de Justiça Sally Yates, entre outros.
Brennan, que foi diretor da CIA sob o antecessor de Trump, o presidente democrata Barack Obama, tem sido um crítico duro a Trump, frequentemente participando de programas de notícias na TV a cabo para atacar as posições de políticas externas do presidente.
O comunicado de Trump dizia que Brennan tem feito “comentários cada vez mais descontrolados” e abusado de seus acessos a informações confidenciais ao usá-las para “semear divisão e caos”.
Funcionários de alto escalão do governo às vezes mantêm suas permissões de segurança depois de deixar o cargo, permitindo-lhes a capacidade de fornecer conselhos conforme necessário aos seus sucessores.
“Neste ponto de meu governo, quaisquer benefícios que autoridades seniores podem colher a partir de consultas com o sr. Brennan agora estão superados pelos riscos apresentados por sua conduta e seu comportamento instável ... Esta conduta e comportamento testaram e excederam em muito os limites de qualquer cortesia profissional que era dada a ele”, disse Trump.
Brennan declarou nesta quarta-feira que a decisão de Trump de revogar sua credencial de segurança é parte de um esforço para silenciar os críticos.
"Essa ação é parte de um esforço mais amplo de Trump para reprimir a liberdade de expressão e punir os críticos", escreveu Brennan no Twitter. "Deve preocupar gravemente todos os americanos, incluindo profissionais de inteligência, sobre o custo de se manifestar".
A ação contra Brennan acontece um dia após o ex-diretor da CIA atacar Trump em um tuite por suas críticas a Omarosa Manigault Newman, ex-assessora da Casa Branca que escreveu um livro crítico ao presidente.
“É espantoso o quão frequentemente você fracassa em cumprir os padrões mínimos de decência, civilidade e probidade. Parece que você nunca irá entender o que significa ser presidente, ou o que é preciso para ser uma pessoa boa, decente e honesta. Tão desanimador, tão perigoso para nossa nação”, escreveu Brennan.