WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que não demitiu James Comey "por causa da investigação fajuta sobre a Rússia", contradizendo uma declaração de 2017 na qual afirmou ter demitido o diretor do FBI no ano passado devido ao inquérito.
Trump despediu Comey no dia 9 de maio de 2017 em meio a uma investigação da Polícia Federal dos EUA sobre uma suposta interferência russa na eleição presidencial de 2016 e um possível conluio entre Moscou e a campanha Trump.
A demissão levou à nomeação do procurador especial Robert Mueller, que passou a comandar a investigação e analisar uma possível obstrução da Justiça.
Trump, que negou conluio com Moscou, publicou um tuíte nesta quarta-feira se referindo ao "ardiloso James Comey" e disse que ele "não foi demitido por causa da investigação fajuta sobre a Rússia", mas não entrou em detalhes.
Dois dias depois de ter dispensado Comey, Trump explicou por que o fez em uma entrevista à rede NBC News.
"De fato, quando decidi fazê-lo, disse a mim mesmo 'sabe, essa coisa da Rússia com Trump e a Rússia é uma história inventada'", disse. "É uma desculpa dos democratas por terem perdido uma eleição que deveriam ter vencido".
Os comentários mais recentes do presidente chegam no momento em que Comey inicia uma grande turnê de divulgação de seu livro, "A Higher Loyalty: Truth, Lies and Leadership". O livro documenta o breve período de Comey a serviço de Trump, que ele qualificou como "moralmente desqualificado" para ser presidente.
A Rússia também negou ter interferido na eleição de 2016.
(Por Susan Heavey)