Por Alexandra Ulmer
RANCHO PALOS VERDES, Califórnia (Reuters) - O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos , Donald Trump, procurou se distanciar nesta sexta-feira da teórica da conspiração de extrema-direita Laura Loomer, cuja presença na campanha atraiu repreensões de aliados e da Casa Branca, mas não a repudiou.
Em uma declaração divulgada nesta sexta-feira, Trump disse que não concordava com as declarações anteriores de Loomer, mas que ainda assim aceitava seu apoio. Trump deixou claro que ela não trabalha para sua campanha, embora Loomer tenha viajado em seu avião durante boa parte da semana.
Loomer, que tem 1,2 milhão de seguidores no X, havia sugerido no ano passado que os ataques de 11 de setembro de 2001 foram um trabalho interno ao compartilhar na rede social um vídeo que promovia essa teoria da conspiração. Depois, ela mudou sua posição e disse à CNN, em uma entrevista publicada na quinta-feira, que os ataques foram realizados por "terroristas islâmicos".
No início do dia, Trump foi questionado sobre Loomer durante uma coletiva de imprensa em seu clube de golfe no sul da Califórnia.
"Ela é uma pessoa forte, tem opiniões fortes", disse Trump, chamando-a de "espírito livre".
Loomer compareceu ao debate de Trump na Filadélfia, na terça-feira, contra a rival democrata Kamala Harris, e depois em Nova York, na quarta-feira, em cerimônias sobre os ataques de 11 de setembro de 2001.
Ela provocou uma forte reação quando postou no X no início desta semana que se Kamala, que é descendente de indianos, ganhasse a eleição de 5 de novembro, "a Casa Branca cheirará a curry e os discursos da Casa Branca serão facilitados por um call center".
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, denunciou os comentários de Loomer como "veneno racista" e criticou Trump por se associar a ela.
Vários republicanos proeminentes que apoiam Trump, incluindo a parlamentar norte-americana Marjorie Taylor Greene, e os senadores dos EUA Lindsey Graham e Thom Tillis também denunciaram Loomer após seu comentário sobre Harris.
Tillis escreveu no X, nesta sexta-feira, que Loomer "é uma teórica da conspiração maluca que regularmente profere lixo nojento com a intenção de dividir os republicanos".
Durante a coletiva de imprensa de Trump na Califórnia, Loomer estava ocupada promovendo suas observações no X e fazendo comentários incendiários sobre imigrantes que entram ilegalmente nos EUA.
Depois disso, ela postou: "Sou simplesmente uma apoiadora do presidente Trump". Em uma publicação separada nesta sexta-feira, ela disse que os republicanos que a atacaram estavam com inveja por não estarem com Trump em seu avião.
Loomer, moradora da Flórida, que concorreu duas vezes sem sucesso ao Congresso, tem um longo histórico de expressão de sentimentos antimuçulmanos. Suas opiniões fizeram com que sua conta no Twitter fosse banida, decisão revertida depois que Elon Musk comprou a empresa, desde então renomeada X.
(Reportagem de Alexandra Ulmer na Califórnia)