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Por Courtney Rozen e Jason Lange
WASHINGTON (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja transferir o financiamento para a prevenção do terrorismo dos Estados liderados por democratas para os liderados por republicanos, segundo registros do governo, ao revisar um programa de US$1 bilhão criado após os ataques de 11 de setembro de 2001.
Doze Estados liderados por democratas entraram com processos na Justiça para bloquear esses cortes, alegando que o governo Trump está tentando puni-los por não cooperarem com os agentes federais de imigração.
O governo Trump divulgou no final do verão (no Hemisfério Norte) estimativas de quanto dinheiro cada Estado deve esperar receber do programa. Mas depois alterou os totais, de acordo com avisos que os Estados receberam no final de setembro da Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês).
Wisconsin, Carolina do Norte e Ohio, Estados onde Trump venceu na eleição presidencial de 2024, tiveram o maior aumento percentual entre os Estados, de acordo com registros federais analisados pela Reuters.
Washington, D.C., Illinois e Nova Jersey, Estados com tendência favorável ao Partido Democrata, registraram reduções particularmente acentuadas, com um corte total de 70% em Washington, 69% em Illinois e 49% em Nova Jersey, em comparação com o que o governo disse anteriormente que eles receberiam. A Califórnia, outro Estado tradicionalmente democrata, também perdeu 31%.
GOVERNO NEGA MUDANÇAS POLÍTICAS
Um porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA, que supervisiona a Fema, disse em um comunicado que os novos totais de financiamento dão "maior peso" às ameaças do crime organizado transnacional, definido como organizações criminosas que operam além das fronteiras internacionais. Isso também leva em conta "travessias ilegais de fronteiras", disse o porta-voz.
O Congresso dos EUA criou o programa, chamado Homeland Security Grants, após os ataques de 11 de setembro de 2001, para ajudar os Estados e as cidades a evitar o terrorismo e outras ameaças violentas.
Embora o gasto seja apenas uma fração do dinheiro que os Estados recebem do governo federal a cada ano, é o exemplo mais recente da administração Trump mudando a forma como o financiamento de rotina é distribuído aos Estados onde o presidente perdeu na eleição de 2024.
Nas últimas semanas, Trump também cortou bilhões de dólares em financiamento para energia e infraestrutura em Estados democratas, incluindo Nova York e Califórnia, cumprindo sua ameaça de atingir esses Estados durante a paralisação do governo federal dos EUA.
"É totalmente falso sugerir que essas mudanças são arbitrárias ou politicamente motivadas", disse um porta-voz do Departamento de Segurança Interna. "Os ajustes nos valores dos prêmios seguem uma análise metódica e informada sobre os riscos, com o objetivo de garantir que cada dólar gasto produza o máximo benefício para o povo americano."
Mas Trump vinculou as decisões de financiamento à política, dizendo na semana passada, no contexto da paralisação do governo: "Estamos apenas cortando programas democratas".
Uma juíza federal em Rhode Island impediu temporariamente o governo Trump de distribuir o dinheiro até que o processo judicial de 12 Estados liderados pelos democratas seja concluído. Em 7 de outubro, o governo Trump pediu à juíza que reconsiderasse sua ordem.
(Reportagem de Courtney Rozen e Jason Lange)